Em 23 de maio passado, a Zanoni Equipamentos promoveu um evento onde congregou diversos representantes do setor aeroagrícola para discutir perspectivas e desafios da aviação agrícola a nível federal, estadual e regional. A Convenção contou com palestras do Deputado Federal Tião Medeiros e do diretor operacional do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (SINDAG), Cláudio Júnior de Oliveira, além de uma visita à planta industrial da empresa.
A aviação agrícola nas políticas regionais
A primeira apresentação no evento foi realizada pelo SINDAG. O diretor operacional da instituição destacou a importância econômica dos oito estados que possuem mais aeronaves agrícolas do país, quais sejam, Mato Grosso, Rio Grande do Sul, São Paulo, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Bahia. Segundo Júnior, esses oito estados têm recebido uma atenção especial do SINDAG, pois juntos concentram quase 90% da frota nacional. Parte da força-tarefa anti-proibicionista tem sido monitorar todos os projetos de lei (estaduais e municipais) que buscam restringir ou banir as aplicações aéreas, que atualmente são mais de 150 proposições. Ele também destacou a necessidade de compreender as diferentes realidades regionais, já que os agentes políticos de cada estado são diferentes, tendo partidos que em uma unidade da federação defendem a proibição e em outro estão ao lado do agronegócio.
Júnior também apresentou dados importantes que devem ser usados nas campanhas a favor da aviação agrícola, demonstrando que, nas regiões onde há uso intenso de aplicação aérea, a produtividade agrícola cresceu num ritmo mais acelerado que nas outras áreas. O diretor do SINDAG destacou que o caso emblemático do Ceará deve ser usado constantemente como um “exemplo de política pública que não deve ser feita”: no caminho inverso do que os proibicionistas esperavam, os dados do Programa Nacional de Vigilância de Populações Expostas a Contaminantes Químicos no Ceará demonstram que o fim da aviação agrícola levou a um aumento das intoxicações por agroquímicos no estado (além de uma queda de 7% na produção agrícola). A palestra foi finalizada com a apresentação do desafio de autorregulação para garantir que os operadores sigam as melhores práticas, principalmente os de drones, já que o Brasil hoje conta com aproximadamente 3 mil drones agrícolas registrados na ANAC, porém o país já importou mais de 10 mil dessas aeronaves.
A aviação agrícola na política federal
Após a palestra de Cláudio Júnior de Oliveira, foi a vez do Deputado Federal Tião Medeiros apresentar aos participantes aspectos da política envolvendo a aviação agrícola. O congressista destacou a necessidade e dificuldade de diálogo com setores da sociedade que não tem nenhum conhecimento sobre o mundo agrícola, porém que tem grande poder de decisão e precisam ouvir mais para melhor entendimento do setor e menos preconceitos.
Com relação à aviação agrícola, Tião Medeiros apresentou o trabalho de liderança que vem fazendo para o setor em Brasília. Além de ter convocado uma audiência pública na Câmara dos Deputados (que contou com a participação da EMBRAPA, FEPLANA, APROSOJA, Zanoni e UFLA), o congressista tem sido um importante interlocutor do SINDAG com o Poder Judiciário nas discussões do Supremo Tribunal Federal e com o Ministério da Agricultura.
Por fim, o deputado federal destacou que recentemente solicitou à Consultoria Legislativa da Câmara uma avaliação da oportunidade de apresentar uma proposição legislativa que coíba as iniciativas estaduais de proibição da pulverização aérea. Segundo ele, essa iniciativa daria maior segurança jurídica ao setor, permitindo aos estados, no máximo, regulamentar e criar normas para a atuação de aviões agrícolas em cada unidade da federação.
A aviação agrícola na região paranaense
Além das palestras, a convenção foi um importante espaço para reunião de empresários e pilotos do setor aeroagrícola, onde puderam debater e trocar experiências da última safra. Durante o evento, estiveram presentes 15 empresas aeroagrícola (Aerocampo, Águas Claras, Fama, Gaivota, Ivaí, Medianeira, Pelicano, Savana, Tangará, Tenoar, Triângulo, Vale, Viagro e Tom), pilotos que atuam diretamente para produtores rurais (Adonias Neiva, Sidnei Rossetto, Rodrigo Veneral, Edegar Marcondes de Campos e Gustavo Karescoski) e fornecedores do setor (Aeroglobo e AgSur, representantes da Air Tractor, a distribuidora de componentes Aviopeças e o representante da Agnav Galindo DGPS). Além deles, estiveram presentes representantes da Infraero (que recentemente passou a gerir o aeroporto de Paranavaí) e da Prat’s (maior produtor de laranja do estado do Paraná).
A planta industrial da Zanoni
Além das palestras, a Convenção contou com uma visita à fábrica da Zanoni Equipamentos. Os convidados puderam conhecer algumas novidades, como a expansão de alguns setores e criação de novas áreas. Dentre as áreas que cresceram na empresa, estão o setor de usinagem (que recebeu 5 máquinas nos últimos dois anos) e o departamento de atendimento ao cliente, que agora conta com sete pessoas dedicadas exclusivamente a prestar assistência a pilotos e operadores agrícolas.
Além da expansão do processo produtivo e da equipe administrativa, a Zanoni Equipamentos também instituiu recentemente um departamento de Pesquisa e Desenvolvimento e um departamento de Qualidade e Rastreabilidade. O primeiro tem como finalidade por buscar e criar novas tecnologias de aplicação aéreas e sua equipe é responsável por ouvir as dificuldades técnicas dos clientes, acompanhar os movimentos da indústria de pulverização agrícola, melhorar constantemente os produtos, elaborar soluções customizadas para operadores, expandir a linha de equipamentos e gerar inovações para a modernização da aviação agrícola.
Já o departamento de qualidade tem como finalidade garantir a regularidade na fabricação de todas as peças da Zanoni e sua equipe é responsável por estabelecer os procedimentos das cinco etapas de inspeção no processo produtivo (que começa na matéria-prima, passa pela usinagem, fabricação de componentes, montagem e produto final), realizar auditorias internas, gerir toda a documentação e registros da empresa, implantar ações preventivas, corretivas e planos de ação para melhoria contínua.
A Zanoni Equipamentos também apresentou uma nova área da planta industrial, que é destinada para novos projetos. Após trazer novos maquinários de outros países, a empresa lançou três novas linhas de produtos: dispersores de sólidos, misturadores de calda e tanques de combustível.
A Zanoni Equipamentos agradece a participação de cada um dos seus parceiros e mantém seu compromisso em trabalhar constantemente pelo avanço do setor aeroagrícola em nível regional, nacional e global.