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Sem Saúde Não Se Tem Nada

Crônica de um piloto internado por Dengue

“Vamos ter de interná-lo, está desidratado e com dengue”. Estas foram as palavras do médico que me atendeu na emergência do hospital. Para um piloto acostumado à liberdade, são as piores palavras que se pode escutar.

Apenas um mês e meio após essa frase, a sensação de invulnerabilidade que caracteriza a nós, pilotos, se desmoronou. A boa saúde, que na maioria dos casos nos acompanha, se viu ameaçada por uma enfermidade que me obrigou a baixar hospital. E o pior, sem saber por quanto tempo

A dengue, uma doença democrática que não respeita classe social, raça ou identidade, é uma pandemia que nos afeta a todos. No meu caso, a diminuição de plaquetas e glóbulos brancos me obrigou a permanecer internado durante duas semanas, submetido a constantes extrações de sangue e outras agulhadas.

Esta experiência me fez refletir sobre a importância da saúde, especialmente para nós, pilotos. Nossa profissão depende da renovação anual de nosso “contrato de trabalho”, quero dizer, nosso CMA. Se não passarmos no exame médico, nosso mundo se desmorona automaticamente.

Porém, mais que minha experiência pessoal, a dengue nos recorda da necessidade de lutar contra esta doença. E é aqui que a aviação agrícola tem um papel fundamental.

A Aviação Agrícola na Luta Contra a Dengue: Uma Experiência Bem Sucedida 

Uma das missões da aviação agrícola é controlar as pragas que ameaçam a saúde. A dengue, e outras doenças transmitidas por vetores, podem e devem ser combatidas usando a aviação agrícola.

Em Venado Tuerto, Argentina, se levou a cabo uma experiência bem sucedida em abril deste ano. Com a autorização correspondente e seguindo o protocolo criado pela FeArCA (Federación Argentina de Cámaras Aeroaéreas) e pelo Grupo APC, se aplicou um inseticida específico para combater o mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue.

Este protocolo, que se baseia em Boas Práticas Agrícolas, e conforme palavras do especialista Juan Molina (Grupo APC), “garante um manejo ético e sustentável priorizando a saúde pública e o meio ambiente. A aplicação aérea, uma técnica comprovada com êxito em diversas partes do mundo, oferece vantagens como a precisão de sua aplicação e a cobertura de grandes áreas”.

Mais que Palavras, Feitos 

A aviação agrícola, com suas capacidades de voar com segurança, prever o alcance dos tratamentos e documentar seu trabalho, se posiciona como uma ferramenta indispensável para combater a dengue.

Porém, a aplicação aérea de inseticidas também gera controvérsia. Alguns setores da sociedade se opõem a esta técnica por seus possíveis efeitos negativos sobre o meio ambiente e à saúde humana. É importante abordar esta controvérsia e analisar os riscos e os benefícios da técnica, buscando um equilíbrio entre a dengue e a proteção ao meio ambiente.

É fundamental lembrar que a luta contra a dengue requer um enfoque integral. A eliminação dos criadouros de mosquitos, o uso de repelentes e a vacinação são medidas complementares que devem ser implementadas para controlar a doença.

Reflexões Finais

A experiência com a dengue me ensinou que nosso maior patrimônio é a saúde; nosso corpo é nosso recurso mais importante e valioso.

Como disse John Maxwell: “As pessoas são engraçadas; quando são jovens, usam sua saúde para fazer riqueza. Mais tarde, pagam sem hesitar tudo que tem para recuperar sua saúde”.

Não prestei muita atenção ao valor da saúde, até que quase a perdi.

Em cada uma de nossas comunidades podemos ajudar, eliminando criadouros de mosquitos e apoiando as iniciativas para o controle da dengue, além de usarmos nossas experiências de sucesso para mostrar que a aviação agrícola tem muito a ajudar.

Bons voos, e use bastante repelente…

Escaneie o QR Code ou, em uma edição digital, clique no link para ler matéria no site da prefeitura de Venado Tuerto (em espanhol):

https://venadotuerto.gob.ar/2024/05/06/aplicacion-aerea-para-combatir-el-mosquito-aedes-aegypti-vector-del-dengue-2/

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