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Panorama Econômico – Decisões do Governo Federal, do Banco Central e a Inflação nos Últimos 10 Anos no Brasil

Panorama Econômico

Depois de algumas colunas falando sobre todos os índices econômicos que afetam diretamente a aviação agrícola, eu resolvi focar somente na inflação, porque ela impacta as famílias, o setor Aeroagrícola, quando se discute o acordo coletivo, mas poucos notam. Quando jovem, ouvi do meu pai a síndrome do sapo fervido, você já ouviu falar? Ele me disse o seguinte, se enchermos uma panela com água quente e tentarmos colocar um sapo nela, provavelmente ele vai saltar pelo calor que exala, mas se colocarmos ele na panela com água fria e aos poucos aquecermos a água, certamente ele morrerá queimado.

Nos últimos 10 anos o consumidor perdeu o poder de compra significativamente. Segundo o IPCA – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IBGE), foram mais de 85% de inflação, que significa o aumento generalizado dos preços que tira o poder de compra das famílias, gerando um desafio financeiro para todos os brasileiros, que é lidar com uma gestão financeira eficiente.

A Cesta Básica, por exemplo, passou da casa de 330 reais para 770 reais, que é utilizada como base para definição do IPCA. O litro do leite, por exemplo, em 2013 tinha o preço de R$ 2,91 e em 2023, R$ 6,44. O quilo do pão em 2013 tinha o preço de R$ 9,84 e em 2023, R$ 18,22 e o óleo de soja passou de R$ 3,18 para R$ 7,06. Segundo a consultoria financeira L4 Capital, em 2013 o brasileiro ganhava um salário médio anual sem descontar a inflação de R$ 38.484,44 e tinha disponível para gastar com serviços e produtos um total de R$ 3.028,05 por mês, já em 2023 o valor anual foi para R$ 39.604,44, entretanto a quantia disponível para gastar com produtos e serviços diminuiu 42%, para R$ 1.755 por mês, mas por que isso acontece?

Os maiores problemas inflacionários foram na crise de 2015 e no período da pandemia da Covid-19. Nos dois períodos, os preços subiram por volta de 10% ao ano, e não houve um aumento salarial equivalente. Na COVID-19 a situação era completamente diferente, pois houve um aumento generalizado da inflação tanto no Brasil quanto no mundo, isso os números mostram, entretanto em 2015, o cenário foi outro. O governo propôs a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para automóveis (o que é muito bom) e o estímulo de uso de bancos públicos, como o BNDES, para subsidiar empréstimos às custas do Tesouro Nacional (bom se o financiamento for para empresas brasileiras), entretanto o Banco Central manteve uma política monetária expansionista, com redução da taxa Selic e isso custou caro para o Brasil. Uma das principais formas de conter a inflação é o aumento da taxa de juros e isso não foi obedecido. Mas por que estou trazendo essa informação nesta coluna?

Os economistas sempre avaliam diversas variáveis que compreende um determinado setor ou área, para entender o futuro, entretanto as 1) decisões do governo, 2) o posicionamento do mercado e as decisões do 3) Banco Central são chave para sabermos que rumo o país está indo. Se esse trio não estiver alinhado, a inflação tem risco de subir significativamente, assim como a taxa de juros, bloqueando possíveis financiamentos para as pessoas.

Agora, sendo mais específico sobre o nosso momento atual, trago que o PIB está crescendo, quer dizer, a produção está avançando, o dólar está diminuindo, que segundo o Boletim Focus, em 2024, a moeda fecha o ano em R$ 4,92, a inflação está reduzindo junto com a taxa de juros, depois de uma pancada econômica no período da COVID-19, entretanto temos que ficar de olho nos gastos públicos, pois eles podem travar o crescimento do país. Nessas horas pensamos, talvez a reforma administrativa seja mais importante do que a tributária, mas essa é uma outra discussão.

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