Início HEALTH Mylène Marionvalle, French Firefighting Pilot

Mylène Marionvalle, French Firefighting Pilot

Mylène Marionvalle, French Female Firefighting Pilot

by Ernesto Franzen

My good friend Teomar Benito Ceretta, a retired ag pilot and accomplished aviation historian, often sends me some very interesting aviation publications which he contributes with articles. In one of these, I found an article – “Mylène en Chile” – about a French female pilot which immediately got my attention, as the article stated she was flying an Air Tractor AT-802F. This spiked my curiosity; usually, ag pilots move up from small piston-engined ag planes to the smaller turbine ones (400 and 500 gallon) until eventually getting into the 802 and becoming firefighting pilots. However, there is no ag aviation in France!

That original article, written by Orietta Rodríguez Gaune, president of the Agrupación de Mujeres Pilotos de Chile “Alas Andinas” (Chilean Association of Female Pilots “WIngs of the Andes”) and published in the March issue of the  Revista Aerohistoria del Instituto de Investigaciones Histórico Aeronáuticas de Chile didn’t touch on Mylène’s background, but mentioned that Mylène belonged to the Association Française des Femmes Pilotes (AFFP), the French Female Pilots Association, presided by Christine Debouzy.

A quick Google search found me the AFFP website (https://femmespilotes.fr/), which listed Christine Debouzy’s email. An Airbus A380 captain, Mme. Debouzy kindly returned my email in about one hour, copying it to Mylène, and to my astonishment, the next day I got an email from Mylène in perfect Portuguese! A few days later, I was talking over a video call to Mylène, a charming woman with a captivating smile who can speak a very good Portuguese, with little accent.

Mylène Marionvalle was born and raised in Lesquin, a city in the north of France, right next to the Belgium border. Seeing helicopters operating from a base close to her home started her love for flying. Mylène studied agronomic engineering, and while still a student, she went to Brazil for some months, where she learned Portuguese in addition to the Spanish she also speaks. After her graduation, Mylène went to Saint-Cyr, the French West Point, to become an auxiliary officer flying helicopters in the Armée de Terre, the French army. Mylène logged 55 hours in the Airbus Helicopters EC120 Colibri at their flying school in Dax, but military life wasn’t for her. So she quit the Armée de Terre and pursued her aviation dream on her own, turning to fixed-wing airplanes because of the lower cost.

Mylène got her private and commercial pilot licenses, and started acquiring a varied flying experience. She flew a Piper Super Cub from mountain strips in France. An adventurous spirit, she flew humanitarian missions in the Central African Republic, taking medicines to distant communities and dropping food to rangers on the ground in an ICP Savannah, an aircraft registered in the LSA (Light Sport Aircraft) category, which allowed her to add flight time to her logbook and gave her low-level flight experience.

But the majority of Mylène’s flying experience in this period came from towing gliders in a Dyn’Aéro MCR R180. A little-known aircraft and “a rocket”, as Mylène describes it, she says that only five units of this experimental aircraft were produced, and only two are still flying, the other three having been lost in accidents. Its flight characteristics, with a stall that comes with little warning, made Mylène develop a good and smooth flying technique.

This unusual flying background and her experience operating a turbine engine in the EC120 helicopter earned Mylène her present job, when the company she now flies firefighting missions for was recruiting pilots two years ago. She jumped at the opportunity and sent a CV.  She didn’t hesitate to go to Madrid to pass a certification for her Spanish, in order to fulfill all the requirements. Her qualifications got her the job and the company trained her to its own purpose on the Air Tractor AT-802F, and now Mylène is an accomplished firefighting pilot. Mylène flew her first fire season in Spain and her second in Chile, and now she is in her third season, again in Spain, in this European summer.

Mylène says that according to DGAC, the French FAA, she is the first and so far only female pilot certified in France to fly the AT-802. To her knowledge, she is one of only two female firefighting pilots in Spain, the other being a Spanish woman who also flies an AT-802, for another Spanish firefighting operation.

The present abnormaly hot summer in the northern hemisphere has caused a record number of wildfires and a tragic Canadair accident in Greece that took the life of its two pilots. We wish safe flights to Mylène Marionvalle and all the other firefighting pilots who are the first line of defense of the world against wildfires.

 

PORTUGUESE VERSION

 

Mylène Marionvalle, Piloto Francesa de Combate ao Fogo

por Ernesto Franzen

Meu bom amigo Teomar Benito Ceretta, piloto agrícola aposentado e destacado historiador da aviação, frequentemente me envia interessantes publicações aeronáuticas para as quais ele contribui com artigos. Em uma destas, encontrei um artigo – “Mylène en Chile” – sobre uma piloto francesa que imediatamente chamou minha atenção, dado que o artigo dizia que ela estava voando um Air Tractor AT-802F em combate ao fogo. Isso atiçou minha curiosidade, posto que geralmente é um piloto agrícola que inicia voando em aviões de pequeno porte a pistão e depois passa para os aviões a turbina de menor porte, até finalmente chegar no 802 e se tornar um piloto de combate ao fogo. Porém, não há aviação agrícola na França para viabilizar esta progressão!

Aquele artigo original, escrito por Orietta Rodríguez Gaune, presidente da Agrupación de Mujeres Pilotos de Chile “Alas Andinas”, e publicado na edição de março da Revista Aerohistoria del Instituto de Investigaciones Histórico Aeronáuticas de Chile, não mencionava o histórico profissional de Mylène, mas informava que Mylène fazia parte da Association Française des Femmes Pilotes (AFFP), a Associação Francesa das Mulheres Aviadoras, presidida por Christine Debouzy.

Numa rápida busca no Google, localizei o site da AFFP (https://femmespilotes.fr/), o qual listava o e-mail de Christine Debouzy. Uma comandante de Airbus A380, Mme. Debouzy gentilmente respondeu meu e-mail cerca de uma hora depois, com cópia para o de Mylène, e qual minha surpresa quando no dia seguinte recebi um e-mail de Mylène, em português impecável! Alguns dias depois, por vídeo chamada, entrevistei Mylène, uma mulher muito simpática e dona de um sorriso cativante, que fala um português muito bom e com pouco sotaque.

Mylène Marionvalle nasceu e se criou em Lesquin, uma cidade no norte da França, próxima da fronteira com a Bélgica. O amor de Mylène pela aviação começou devido aos helicópteros que operam de uma base próxima a sua casa. Mylène cursou engenharia agrícola, e enquanto ainda estudante, esteve no Brasil por alguns meses, quando aprendeu a língua portuguesa, além do espanhol que ela também domina. Após se formar em engenharia agrícola, Mylène foi para Saint-Cyr, a Academia das Agulhas Negras francesa, com o objetivo de se tornar uma oficial temporária pilotando helicópteros na Armée de Terre, o exército francês. Mylène chegou a fazer 55 horas em helicópteros Airbus Helicopters EC120 Colibri na escola de voo da Armée de Terre, na cidade de Dax, mas a vida militar não era para ela. Ela pediu baixa e saiu por sua conta em busca de seus sonhos na aviação, passando a voar aeronaves de asas fixas devido ao seu custo menor.

Mylène fez suas licenças de piloto privado e comercial, e começou a adquirir uma variada experiência de voo. Ela operou um Piper Super Cub a partir de pistas de montanha na França. Com seu espírito aventureiro, ela voou missões humanitárias na República Centro-Africana, levando medicamentos a comunidades distantes e lançado suprimentos para guardas-florestais no solo em um ICP Savannah, uma aeronave da categoria LSA, o que lhe permitiu registrar estas horas na sua caderneta de voo e lhe deu experiência em voos a baixa altura.

Mas a maior parte da experiência de voo de Mylène neste período vem do reboque de planadores em um Dyn’Aéro MCR R180. Um avião pouco conhecido e “um foguete”, como Mylène o descreve, Ela diz que apenas cinco unidades deste avião experimental foram construídos, e que só dois ainda voam, os outros três tendo sido perdidos em acidentes. Suas características de voo, com um estol ocorrendo com pouco aviso, fizeram com que Mylène desenvolvesse uma técnica de voo com muita finesse.

Esta experiência de voo incomum, e as horas de Mylène operando um motor a turbina no helicóptero EC120 fizeram com que fosse selecionada para seu trabalho atual, quando a empresa para qual ela agora voa em missões de combate ao fogo estava recrutando pilotos, dois anos atrás. Quando soube da seleção, ela não deixou passar a oportunidade e enviou um currículo. Não hesitou em ir à Madrid para fazer sua certificação em língua espanhola, para cumprir os requisitos. Suas qualificações fizeram com que fosse selecionada e a empresa a treinou para sua operação no Air Tractor AT-802F, e hoje Mylène é uma piloto de combate a incêndios consumada. Mylène voou sua primeira temporada de fogos na Espanha e a segunda no Chile, e agora está em sua terceira temporada, novamente na Espanha, neste verão europeu.

Mylène diz que, de acordo com a DGAC, a ANAC da França, ela é a primeira e até agora a única piloto mulher certificada na França para voar o AT-802. Que ela saiba, é uma de apenas duas mulheres a pilotar em combate a fogos na Espanha, sendo a outra  uma espanhola que voa um 802 para outra empresa.

O atual verão anormalmente quente no hemisfério norte já causou um número recorde de incêndios florestais, e um trágico acidente com um Canadair na Grécia que custou a vida de seus dois pilotos. Desejamos voos seguros para Mylène Marionvalle e todos os demais pilotos de combate a incêndios que são a primeira linha de defesa do mundo contra incêndios florestais.

Mylène in her present “office”, an Air Tractor AT-802F cockpit. Photo by Diego Gomez.

Mylène no seu atual “escritório”, a cabine de um Air Tractor AT-802F. Foto: Diego Gomez

Awaiting for another call to fight a fire. Photo by Diego Gomez.

Aguardando por mais um acionamento para o combate ao fogo. Foto: Diego Gomez.

Mylène dropping a retardant line. Photo by Diego Gomez.

Mylène lançando uma linha de retardante. Foto: Diego Gomez.

With the Dyn’Aéro MCR R180, the airplane that developed her flight skills.

Com o Dyn’Aéro MCR R180, o avião que desenvolveu sua técnica de voo.

During her time with the Armée de Terre, flying the Airbus Helicopters EC120 and gaining experience with turbine engines.

Durante seu tempo na Armée de Terre, voando o Airbus Helicopters EC120 e ganhando experiência com motores a turbina.

 

Exit mobile version