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Jeferson Rezende

O que significam os Drones para o mercado dos Aviões Agrícolas

Por Jeferson Luís Rezende,

 É ADM/RTV da Inquima. Piloto Agrícola de Aviões e Instrutor de Voo.

Diretor Presidente-Gestor do AEROCLUBE DE GUARAPUAVA/CIAC.

Foi membro pesquisador do NATA-PR/UNICENTRO.

O surgimento as aeronaves remotamente pilotadas (drones), que inicialmente deveriam estar sendo usadas para aplicações pontuais: controle de reboleiras, bordaduras de cercas ou capões de mato, áreas encharcadas, e locais onde uma aeronave não consegue entrar, tomaram outro rumo, viraram moda e estão voando em todos os lugares.

Alguns acreditam que os drones vieram para ocupar o espaço, para substituir aviões, helicópteros e até os autopropelidos (máquinas terrestres).

Enfim, há muita curiosidade, muitas dúvidas e muita coisa para se aprender a respeito dos drones ainda.

Um grande trabalho de pesquisa liderado pela Agroefetiva/Unesp-Botucatu, por exemplo, identificou problemas de variações importantes no %CV da faixa de aplicação, e também em relação ao DMV das gotas aspergidas. Os drones ainda não possuem pontas de pulverização ou atomizadores específicos para aplicações aéreas, e o vórtice provocado pelos rotores (a velocidade do ar) sobre a cultura é um problema.

Também a Fundação Agrária de Pesquisas Agropecuárias (FAPA), vinculada à Cooperativa Agrária Agroindustrial, de Guarapuava/Pr, realizou uma pesquisa para avaliar a qualidade agronômica da aplicação dos drones. E, neste momento, restringiu o uso destas aeronaves para aplicações pontuais, particularmente, na cultura do milho.

Por outro lado, existem os aviões agrícolas, que há muitas décadas estão evoluindo tanto em modelo como principalmente, nos equipamentos agrícolas.

Os aviões de hoje estão equipados com o que há de mais moderno em termos de GPS, fluxômetros, pontas e atomizadores. Novos modelos com grande capacidade de carga surgiram para atender áreas com maior demanda e para aplicações de sólidos.

Ao analisarmos friamente os fatos, considerando o crescimento exponencial da frota de Drones no Brasil, podemos concluir que a ferramenta veio para ficar, ainda que muita coisa tenha que ser melhorada, tecnologias agronômicas incorporadas; a fim de que os equipamentos evoluam de maneira atender satisfatoriamente às demandas do campo.

No nosso entendimento, os aviões continuarão sendo a principal ferramenta de aplicação fitossanitária aérea. São equipamentos com grande capacidade de carga e com validação agronômica incontestável. Além disso, os aviões conseguem copiar o solo ao longo do voo, e isso é um grande diferencial para a cobertura aspergida.

Neste momento, considerando as tecnologias existentes, os Aviões continuarão sendo ferramentas imprescindíveis para os cultivos.

Óbvio que há uma demanda por serviços com qualidade, e cada vez mais se exige perfeição. Não há espaço para pilotos que não conheçam profundamente sobre tecnologia de aplicação, sobre a operação agronômica que irá executar, e que domine completamente o pacote técnico da sua aeronave. Não é só saber voar. Precisa de fato saber aplicar! Isso serve para todos os operadores fitossanitários (aéreos e terrestres).

Concluímos dizendo que muitas tecnologias estão aportando no meio agrícola; e todas elas podem e devem se compor, se completar, somar entre si.

A escolha da ferramenta de aplicação deve ser precedida de uma avaliação do equipamento disponível e da área onde irá realizar o tratamento fitossanitário. Não existe uma máquina perfeita, que atenda todos os requisitos: topografia, presença de obstáculos, distância de rios/povoados, e produtividade.

Talvez, a resposta mais justa para esta analogia, seja: qual equipamento me atenderá melhor, com qualidade e o melhor/menor custo.

A aviação agrícola (os aviões) tem papel preponderante na proteção dos cultivos dos campos brasileiros. Também pode ser usada para combater incêndios florestais e insetos vetores de doenças endêmicas.

Não deixemos que o modismo se sobreponha às informações técnicas pertinentes.

Todas as ferramentas de aplicação validadas são bem vindas para contribuir com o aumento da produção e da produtividade agrícola nacional.

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