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Um Tempo para Pensar

Perdemos a capacidade de nos impressionar com as coisas do mundo e, como consequência, submergimos nossa sensibilidade para melhor guiar e avaliar a nossa evolução. Não se trata de dizer aqui que tudo o que fizemos foi mal realizado ou poderia, em todos os momentos, ser procedido de forma mais apropriada se executado com maior zelo em relação ao lado mais espiritual do ser humano. Também não desejo, em publicação especializada em tecnologia, forçar uma leitura de caráter subjetivo. Porém, sempre é bom lembrar que na exata medida de nossa evolução, de nosso amadurecimento, fomos envolvidos pela rotina, obstáculos, demandas, anseios de caráter pessoal e necessidades de ordem coletiva que, em verdade, nos atropelam. Sabedores de que não podíamos deixar o ritmo cair, o crescimento cessar e as expectativas se reduzirem, nos movimentamos pelo labirinto cotidiano de forma impulsiva, aleatória e, na maioria das vezes, não encontrando saída ou sentido razoável. 

  Inovo neste breve artigo, pois solicito que você dê uma olhada na Figura 1, representando um labirinto como o conhecemos ou como sempre nos foi apresentado. Uma rede de caminhos, desencontrados ou descontinuados que nos exigem conduzem a giros incessantes ou trilhas sem saída. Assim vivemos, de bloco em bloco, de setor em setor, de problema em problema ou, sintetizando, correndo atrás de soluções que nos levam ao próximo passo, ao próximo estágio, muitas vezes, sem a mínima certeza de que teremos sucesso ou que a nossa caminhada resulta no conhecimento de todos os caminhos, aprimorando nosso raciocínio. Dito de forma objetiva, será que as decisões que você toma são sempre apropriadas? Será que você, realmente, aprendeu com a experiências que já viveu?  

Antes que você desista desse artigo ou diga que o Marcelo enlouqueceu, faça mais um esforço e observe a Figura 2, o chamado labirinto Gótico, e leia mais um pouquinho, por favor! Este labirinto, cuja expressão física se encontra na Nave da Catedral de Chartres (França) nos revela uma verdade, um caminho. Não deixa de ser um labirinto, mas o caminho nos impõe o percurso por todos os pontos até atingir o centro que, não representa um ponto de chegada, mas um estágio na evolução de alguém que, trilhando o caminho por completo, pode se considerar capaz de um raciocínio mais ponderado. 

Agora sim, havendo buscado esse exemplo, posso me ater a dizer que não somos preparados para raciocinar de modo integral. Desde tenra idade fomos treinados ao raciocínio imediatista, pontual e limitado. Resolvemos nossas questões, traçamos nossas estratégias de modo simplista buscando, quando muito, algo que se encontra após a “primeira esquina”. Longe do nosso olhar, mas perto demais para representar expressiva mudança!  Frequentamos escolas onde aprendemos matemática sem relacioná-la com a música e astronomia. Deste modo, hoje, nos interagimos com o meio onde vivemos (ambiente e pessoas) com pouca ação e visão integradoras. A abordagem sistêmica, ou seja, a de que uma ação sempre está encaixada e se reflete no todo, deixando de lado o foco específico para visão ampla é algo muito estranho ao homem ocidental.

Quando se ouve falar em ação sistêmica, pouca atenção dedicamos ao tema, mas, se você ainda não viu qualquer utilidade nisso, responda: Você identifica os processos ou ações que provocam reflexos em toda estrutura de sua empresa? Você administra o “meio de campo” (reações ou entraves) quando medidas bruscas são necessárias em sua empresa, ou nem sabe onde realizá-las? Esquecer de administrar essas questões pode ser um erro fatal.

Você atua nas causas e pontos de apoio ou age somente sobre os efeitos, reforçando a velha metáfora de dar remédio para baixar a febre ao invés de adotar ação tópica sobre os fatores geradores? Não estamos acostumados a abordagens sistêmicas. Mas, acreditem ela é muito mais produtiva. A um piloto, a visão sistêmica é muito mais do que um modo de ordenar o raciocínio, ela é fundamental à constituição do profissional, pois não se admite falta de planejamento, erros em sequência, procedimentos desprovidos de conhecimento e, uma noção parcial do ambiente operacional, como se voar fosse um ato que comporta aleatoriedade no comando.

Por fim, se o Bill não me banir das páginas da Ag Air Update por excesso de filosofia, penso que esta breve abordagem possa sensibilizar você para os sutis aspectos ligados a uma visão mais sistêmica de sua vida pessoal e pofissional. Os detalhes, de tudo, estão aí para serem vistos. Nada é oculto para os homens que possuem conhecimento e sensibilidade à percepção. Portanto, oferte um tempo ao raciocínio integralista, aquele que presume a existência de uma “rede neural” em constante movimento, dentro da qual convivemos, construímos e, necessariamente devemos evoluir e viver. Fraterno abraço a todos! 

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