InícioBrasilUso Serviços Terceirizados, ou Compro para a Fazenda? Qual Avião Agrícola adquirir?

Uso Serviços Terceirizados, ou Compro para a Fazenda? Qual Avião Agrícola adquirir?

Nos últimos anos observamos a chegada de aeronaves agrícolas de grande porte no Brasil; com ênfase para a aquisição de parte delas por fazendas, para operação interna própria.

Na década de 2000 observamos o boom da aviação agrícola no cerrado, a partir da compra de aviões por proprietários rurais. Havia eventos e feiras agrícolas nas quais aviões eram negociados.

Pensávamos que haveria um grande impacto nas empresas aeroagrícolas prestadoras de serviços. Na verdade houve, de certo modo, para algumas que não se adaptaram àquele movimento. Mas muitas outras sobreviveram e superaram as dificuldades.

Também vimos um avanço dos aviões grandes, dos turbos, sobre os tradicionais a pistão; e a impressão era de que não haveria mais espaço para os médios ou até mesmo os pequenos (leia-se Pawnee).

Passados mais de vinte anos e o que vemos é um mercado segmentado, que divide o espaço entre as empresas aeroagrícolas e os aviões das fazendas (privados). Também notamos que as aeronaves de menor porte – como Pawnee, Cessna C-188 e Ipanema, mantiveram suas participações na composição da frota..

Em 2023 vimos muitas fazendas do Rio Grande do Sul investindo em aviões próprios, foram ao menos 3 Ipanema 203 novos que passaram pela pista da Colônia Entre Rios (SNNM), em Guarapuava (PR), para uma parada técnica de reabastecimento. Isso comprova que a escolha de uma aeronave leva em conta fatores como topografia, obstáculos existentes na área, tipo dos cultivos plantados, se existirão aplicações de sólidos, entre outros. Mesmo algumas fazendas do Mato Grosso ou mais ao norte ainda, têm optado por aviões menores, em razão das suas peculiaridades internas.

Mas as máquinas a turbina avançam fortemente em solo brasileiro, sendo adquiridas tanto por fazendas como por empresas aeroagrícolas. São máquinas que vão voar sobre todo tipo de cultivo. E não apenas para aplicar defensivos, mas como no caso da cana-de-açúcar, pulverizam fertilizantes e produtos biológicos também, que usam volumes de vazão mais altos, e nesse caso, a opção pelos gigantes se faz necessária.

Um outro negócio que demanda aviões de maior porte e que surgiu no mercado brasileiro, embora ainda incipiente, é o de combate aos incêndios florestais. Muitas empresas aeroagrícolas se habilitaram e operam regularmente no combate ao fogo, nas épocas de seca do cerrado ou em regiões do norte do Brasil.

Mas enfim, que tamanho de avião é melhor? Se uma fazenda decide adquirir seu próprio avião, qual o mais indicado? E para o operador aeroagrícola, ter um turbina é viável?

Ora, como já mencionamos em outros artigos, a escolha da máquina deve ser precedida pela avaliação do seu custo/benefício; estrutura necessária para operá-la; região ou área onde irá voar; e, facilidade operacional – pista, piloto,equipe de apoio, manutenção, etc.

A permanência no mercado do Ipanema 203 (único avião à álcool do mundo), e dos Pawnees e Cessnas usados comprova que o mercado tem espaço para aeronaves deste porte, com essa capacidade de carga. E, o crescimento sustentado das vendas de turbos para o Brasil, confirma que as aeronaves de grande porte vieram para ficar e possuem mercado cativo.

A questão mais relevante no nosso entendimento é que a aviação agrícola e os seus diferentes modelos de aeronaves, avança positivamente com números expressivos importantes. E, neste movimento, tanto aeronaves particulares das fazendas, como as das empresas aeroagrícolas são muito bem-vindas.

É imperioso que entendamos que é melhor um avião a mais no campo, do que um autopropelido.

Já em relação aos aviões privados de fazendas ou empresas rurais, e os que prestam serviços, o entendimento deve ser parecido: não são concorrentes. Operam dentro do mesmo conceito técnico-agronômico. Desta forma, devem operar em sintonia.

Brasil, o maior, o mais complexo e o mais eficiente produtor agrícola do mundo, tem na aviação agrícola uma ferramenta indispensável.

Aviões médios e grandes têm mercado para trabalhar em diferentes culturas e regiões. O ponto a ser considerado, é entendermos quem será atendido; o que o “cliente” espera; quais as variáveis que poderão ou não inviabilizar a operação ou, o negócio.

Se você é piloto agrícola, venda positivamente a imagem da sua atividade. Se você é proprietário de um avião agrícola, venda com brilho, os ganhos obtidos com o uso desta ferramenta.

De resto, boa Safra e grandes voos!!!

Jeferson Luís Rezende,

Piloto agrícola/INVA – membro pesquisador do NATA-PR/UNICENTRO.

Presidente do Aeroclube de Guarapuava/CIAC. RTV Inquima.

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