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Papo de Cabine – Escuro como Breu

Um dos autores contribuintes de AgAir Update, Ted Delanghe, escreveu uma coluna a respeito de um voo de retorno para a base do meio da escuridão. Fiquei intrigado por esta história. Ela me trouxe uma memória que eu preferia esquecer. Porém, a lição não é apreendida se você a esquece! 

Dave Johnston, da Johnston Air Service de Tulare, Califórnia, me pediu para fazer um voo de avaliação de um Thrush turbina altamente modificado, cerca de 10 anos atrás. A tarde estava avançada quando cheguei em Fresno, aluguei um carro e dirigi até Tulare.

Conforme meu ritual para voos de avaliação, fiz o primeiro voo vazio, retornei e enchi o hopper até a metade com uma mangueira d’água. Após voar com aquela carga, tudo correndo bem, fiz uma terceira carga com o hopper completamente cheio. Eu deveria ter pensado melhor, dado que já tinha passado o pôr do sol, em um local que eu não conhecia. Não preciso dizer que estava escuro como breu após aquela terceira carga, quando deixei a área onde estava simulando uma pulverização para voltar para a pista.

Eu finalmente avistei a pista depois de passar por ela. Fiz um 180 e me alinhei tão bem quanto podia com uma pista sem iluminação. O farol de pouso se mostrou ser uma luz de táxi, praticamente inútil para o pouso. Felizmente, havia alguma luz ambiente vinda de um parque esportivo próximo.

Após duas tentativas de pouso, consegui largar o Thrush com segurança no chão. Você já deve ter ouvido aquele ditado que diz que qualquer pouso onde nada sai torto é um bom pouso. Eu jurei que nunca mais me colocaria numa situação assim novamente.

Olhando em retrospectiva, é fácil de ver meus erros. Acidentes são uma compilação de erros de julgamento. Eu deveria ter deixado os voos de avaliação para o dia seguinte. Ou pelo menos o último e mais delicado voo, com o hopper cheio, para o dia seguinte.

Sei que não sou o único piloto agrícola a se ver nessa posição precária. Aposto que pilotos que voam agrícola noturno estão sacudindo suas cabeças para isso. Isto simplesmente demonstra que ninguém deveria voar fora de sua zona de conforto. Felizmente, não há muitos relatórios de acidentes ocorridos em retornos para pistas à noite. Eles podem ser evitados; se não o forem, é por falha do piloto. 

Pelo menos eu aprendi mais uma valiosa lição de voo. Nos últimos 50 anos, tenho feito várias promessas similares a esta, referentes a forçar meus limites. Sem dúvida, eu tenho tido um anjo da guarda andando comigo, a quem agradeço.

Até o mês que vem, Keep Turning… 

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