O setor aeroagrícola brasileiro atravessa um período de forte pressão inflacionária, impactado por fatores econômicos internos e externos. De acordo com o boletim econômico do SINDAG, o Índice de Inflação da Aviação Agrícola (IAVAG) apresentou alta de 0,43% em fevereiro de 2025, acumulando 13,20% de aumento nos últimos 12 meses. Esse cenário reflete uma conjuntura de custos crescentes, instabilidade cambial e juros elevados, exigindo atenção redobrada das empresas do setor.
Entre os principais fatores de pressão, destaca-se a volatilidade cambial. O dólar encerrou 21 de abril cotado a R$ 5,876, com tendência de se manter em patamares elevados, podendo atingir uma média de R$ 5,98 até o final do ano. Essa flutuação impacta diretamente os custos de manutenção, peças e equipamentos, grande parte deles importados.
Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor (CPI) registrou alta de 0,3% em março, com um acumulado de 3,2% nos últimos 12 meses. A expectativa é de que a inflação mensal se estabilize em 0,2% no segundo semestre, mas o ambiente ainda instável contribui para a manutenção de políticas monetárias rígidas, influenciando os mercados globais.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (COPOM) manteve a Selic em 14,25% ao ano. A decisão reflete a preocupação do Banco Central com a inflação persistente e acima da meta, indicando que os juros deverão permanecer elevados por um período prolongado, o que encarece o crédito e dificulta investimentos no setor aeroagrícola.
Além disso, o custo dos combustíveis segue pressionando as operações. O etanol anidro subiu 0,73%, atingindo R$ 3,2140 por litro na média semanal em São Paulo. Nos Estados Unidos, o heating oil também apresentou alta, impulsionado por estoques estratégicos e aumento da demanda.
Esse conjunto de fatores configura um ambiente de custos elevados e margens mais estreitas para o setor. Empresas aeroagrícolas precisam adotar estratégias de gestão financeira ainda mais rigorosas, buscando eficiência operacional e alternativas para minimizar os impactos econômicos. Investir em planejamento e acompanhar atentamente os indicadores econômicos e as tendências de mercado serão ações essenciais para atravessar esse momento complexo e manter a competitividade.
