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Desafios do setor aeroagrícola e o seu potencial econômico no Brasil

Por Claudio Junior Oliveira

Economista e Administrador, Especialista em Gestão, Mestre em Inovação e Doutorando em Administração. Coordenador do 1º MBA voltado a Gestão, Inovação e Sustentabilidade Aeroagrícola. Diretor Operacional do SINDAG e Coordenador de ensino e pesquisa do Programa de Boas Práticas Aeroagrícola do Brasil pelo IBRAVAG e SEBRAE.

 

Após a divulgação da pesquisa de mercado sobre o setor aeroagrícola do Brasil realizada pelo IBRAVAG – Instituto Brasileiro de Aviação Agrícola para o BPA – Programa de Boas Práticas Aeroagrícolas do Brasil, em parceria com o Sebrae Nacional, ficou evidente que, embora o setor seja alvo de críticas em relação ao seu serviço de aplicação de defensivos, ele apresenta um potencial econômico significativo que pode contribuir com a situação atual econômica do país.

Ora, que o Brasil está com desafios significativos na economia nós já sabemos. No relatório Focus, divulgado no dia 25.07.2023 pelo Banco Central, foi apresentado uma redução novamente na estimativa de inflação deste ano, de 4,95% para 4,90%, entretanto segue superando o teto da meta definida pelo governo, fixada em 3,25% pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e sabemos que quanto maior a inflação, menor o poder de compra das pessoas, principalmente as que recebem salários menores. Enquanto o Banco Central mantém a taxa de juros alta para conter a inflação, dando uma recente visão de que irá diminuir na próxima reunião do COPOM, o governo sinaliza de que a diminuição de 0,25 é insuficiente e ainda se prepara para a reforma tributária, já divulgando que o setor de serviços, que emprega 70% dos empregos do Brasil, terá um aumento de tributação significativo. Neste caso teremos a possibilidade de um aumento generalizado nos preços novamente (Inflação), forçando o Bando Central a repensar a taxa de juros.

Se por um lado temos os desafios econômicos nacionais e de meio ambiente, por outro temos o setor aeroagrícola em pleno crescimento, acompanhando o agro brasileiro, que só no primeiro trimestre representou mais de 20% do PIB, sustentando a economia brasileira. Durante o congresso da Aviação Agrícola do Brasil, o IBRAVAG apresentou os dados das cinquenta e duas empresas (52) participantes do programa (na parte inicial do programa que conta hoje com mais de 70) com um número expressivo de mais de 50 milhões de hectares atendidos em uma safra. Além disso o faturamento das empresas ficou em torno de 420 milhões de reais. Pela agência Nacional de Aviação Civil temos em torno de 303 empresas aeroagrícolas no Brasil, mostrando que o setor no Brasil pode passar de mais de 1 bilhão de faturamento, passando de 100 milhões de hectares, atendendo as principais culturas ligadas a exportação, sem contar as empresas de drones que estão atendendo um mercado novo para a pulverização aérea. Em conversa com alguns expositores do Congresso fabricantes de aeronaves, a preocupação é a produção de aeronaves que não consegue atender a demanda crescente da aplicação aérea no Brasil. Interessante que ao mesmo tempo que o setor cresce, o risco diminui de contato com os defensivos, visto que um piloto pode atender uma quantidade significativa de pessoas com o aplicador manual nas costas. Isto é tecnologia pela sustentabilidade.

Diante disso, embora o Brasil esteja em condições complexas o setor aeroagrícola cresce em número, qualidade e em conhecimento, provando que é uma ferramenta indispensável para a economia, e principalmente para o superávit da balança comercial brasileira que entrega soja, milho, trigo, algodão, cana-de-açúcar, eucalipto, seringueira, laranja e diversas outras culturas que necessitam da aplicação aérea para sua produtividade e segurança ambiental.

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