Os Antigos Aviões Agrícolas
Entre 1930 e a conclusão da Segunda Guerra Mundial, o escasso suprimento de aeronaves disponíveis para serem convertidas em aviões agrícolas era um fator crítico e limitante no crescimento da aviação agrícola. Porém, os aviões que estavam disponíveis naquela época eram máquinas soberbas. Inquestionavelmente, os quatro aviões que tornaram possível esta era pioneira da aviação agrícola foram os biplanos produzidos pela Waco, os Travel-Air, o Alexander Eaglerock, e o C3B de Lloyd Stearman. Eles tinham um desempenho incrível. Nada construído hoje (Nota do Tradutor: 1985) os supera na categoria peso/potência.
Todos eles tinham aerofólios soberbos e eram muito robustos. Sua carga alar era extremamente baixa e seu desempenho de decolagem era impressionante. Barney Root, um veterano da Delta, Finklea Brothers e posteriormente sua própria empresa, apostou que conseguia decolar com seu Waco ASO e passar por cima de um hangar de 12 metros de altura que estava a apenas 113 metros de onde o avião estava. Ele passou sobre aquele hangar com pelo menos 30 metros de folga, algo que a maioria dos aviões modernos simplesmente não consegue fazer.
Como resultado desta falta de aviões, hoppers para defensivos em pó foram instalados em praticamente qualquer coisa capaz de voar, incluindo Pitcairns, De Havilland Moths, Spartans, K-R Challengers, Douglas M-2s, e até mesmo alguns aviões pouco adequados, como o Curtiss Robin mono, o clássico Fairchild 24, os “Argo” da Alliance Aircraft, biplanos Fleet, o Buhl-Vernille J4 Airmaster,o Stampe SV- 4, e outros experimentais raros dos quais provavelmente nunca se produziram mais de um ou dois.
Houve relativamente pouco melhoramento técnico durante este período, em parte porque o equipamento para aplicação de pós já tinha alcançado o ápice de seu desenvolvimento, e muito pouco ainda se podia fazer. Os hoppers eram geralmente construídos em aço galvanizado ou às vezes madeira compensada. Mas operadores mais modernos já estavam se voltando para o alumínio, o qual estava se tornando mais facilmente disponível. O uso de folhas de alumínio foi uma inovação dos Irmãos Finklea e alguns operadores pioneiros da Califórnia. Portas do hopper deslizantes para o lançamento do produto se tornaram razoavelmente padronizadas e batentes reguláveis para as alavancas de abertura foram instalados nas cabines para permitir que os pilotos regulassem a vazão dos produtos com maior precisão.
A aviação agrícola se tornou amplamente aceita durante esse período, mas a indústria dos defensivos agrícolas estava muito, muito atrasada. O arsenato de cálcio era praticamente o único inseticida efetivo disponível, o que limitou o crescimento da aplicação aérea drasticamente. Isso foi durante a Grande Depressão, mas curiosamente a Depressão contribuiu significativamente para o desenvolvimento da aviação agrícola.
Ao longo dos anos, produtores, particularmente do sul, tinham negligentemente permitido que muito de suas terras sofresse erosão, e o uso de fertilizantes e de culturas corretoras de solo era virtualmente desconhecido. O governo federal americano, plenamente amparado pelo “New Deal” do Presidente Roosevelt, institucionalizou programas de recuperação de solo através de toda a área rural da América e realmente ensinou lavoureiros como melhorar e cuidar de suas terras.
Programas de recuperação de terras patrocinados pelo governo foram iniciados, nos quais culturas fixadoras de nitrogênio no solo como a ervilhaca-peluda, a ervilha, a ervilha- forrageira e o trevo-preto eram semeadas nas terras desgastadas para aumentar a sua fertilidade e formar húmus. Com exceção do trevo-preto, estas culturas se prestavam à aviação agrícola, e os pilotos dos anos 1930 rapidamente aprenderam as artes da semeadura aérea.
(Continua no próximo mês)