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Low and Slow – O início do uso de aviões agrícolas para combater incêndios.

Defensivos recém-desenvolvidos foram introduzidos logo após a Segunda Guerra Mundial substituindo os fungicidas, piretrinas e arseniatos usados anteriormente. Estes novos produtos ajudaram a região de Nova Jersey, onde trabalhava a empresa de Wilson, a se tornar uma líder mundial na produção de legumes, posição que mantém até hoje.

A Wilson Air Service acabou por fechar em torno de 1968. Durante sua existência, ela teve um tremendo impacto na aviação agrícola. Ela deu origem a muitas outras empresas, as quais criaram altos padrões de eficiência e segurança ao longo da costa leste dos Estados Unidos.

Uma das mais influentes destas empresas é a Downstown Aero Crop Service. Ela continua a operar no Downstown Airport em Vineland, sob a direção e propriedade de Dick Nixholm e Pete Cugino. (Nota do Tradutor: Informação de 1985, mas conforme consultas na Internet, a empresa aparentemente opera até hoje!)

Esta empresa na verdade foi organizada por Cugino, um piloto e mecânico local, após a Segunda Guerra como empresa de abastecimento de aviões e escola de voo. Mas a compra de um Piper Cub J-3 com um hopper para defensivos em pó a inseriu no negócio de aplicação aérea, ainda que em uma escala muito pequena.

Ela ficou assim até 1951, quando Dick Nixholm comprou parte da sociedade. Nixholm e Cugino então embarcaram em uma campanha promocional que fez a Downstown Aero Crop Service se tornar uma das principais empresas na comunidade agrícola de Nova Jersey.

Nixholm lidava com os contratos com os produtores, inspeções das áreas e operações aéreas. Cugino cuidava da manutenção, da segurança e da mistura e carregamento dos defensivos. As plantações de tomate da Campbell Soup Company e de batatas irlandesas rendiam bastante trabalho para seus aviões, assim como outros legumes e gladíolos.

Entre os primeiros pilotos da empresa estavam Bill Mulholland, Nixholm, e Fred Frederici, o sócio anterior de Cugino que vendeu sua parte para Nixholm.

Esta firma continuou a se expandir, apoiada em uma frota mista de Stearmans e dos primeiros modelos de Ag-Cats. Cerca de 1.400 hectares de cranberry estavam usualmente sob contrato, demandando até sete ou oito aplicações a cada safra, com fungicidas sendo aplicados em vazões de até 300 litros por hectare.

Geralmente eram usados nestes trabalhos os Ag-Cats mais pesados, que tinham maior potência e mais capacidade. Estes mesmos aviões de maior capacidade levaram a um interessante e lucrativo programa de controle de fogos florestais nas áreas de bosques de madeira de lei de Nova Jersey.

Fogos florestais eram uma ameaça comum nesta região altamente arborizada. Em 1968, a Downstown Aero fez uma proposta às autoridades locais, para equipar suas aeronaves para lançamentos rápidos de água, e deixá-las disponíveis para chamados durante o pico da temporada do fogo. A empresa seria paga apenas quando acionada.

Cugino e sua equipe projetaram válvulas de alijamento especiais maiores para os Ag-Cats, as quais permitiam alijar uma carga completa de água em três segundos. Procedimentos para o acionamento rápido em caso de fogo foram montados e esta experiência foi eminentemente bem sucedida. Ela continua em operação hoje (1985).

Em 1982, cerca de 278 incêndios foram reportados e controlados por essas aeronaves. Água pura é usada nos lançamentos. Como resultado deste bem sucedido programa, este método se espalhou para áreas florestais de todo o país

A Downstown Aero também foi pioneira no controle da mariposa cigana na região leste. Esta mariposa, um grande desfolhante natural de madeira de lei quando no estágio de larva, começou a infestar as florestas do leste dos Estados Unidos nos anos 1930, e pela metade da década de 1950, tinha se espalhado por toda a região. Autoridades do Departamento de Agricultura iniciaram grandes programas de controle em Nova Jersey, Nova York, e Pensilvânia, e contrataram muitas empresas aeroagrícolas.

A Downstown Aero se envolveu neste programa em 1956 e 1957, quando milhões de hectares foram tratados por aplicações aéreas de DDT. Estas operações se mostraram efetivas, mas foram imediatamente objeto de crítica dos primeiros “ambientalistas”, os quais já estavam combatendo o uso de pesticidas, especialmente o DDT.

Registros mostram que esta oposição ao uso do DDT na verdade começou em 1942 e 1943, quando programas menores de aplicação de DDT foram adotados no momento em que a mariposa começou a fazer mais estrago. Os programas com utilização de DDT acabaram por ser abandonados, mas o controle da Mariposa cigana prosseguiu através de programas com o uso de Sevin, um inseticida menos controverso.

A Downstown Aero ainda participa desse trabalho. Apesar disso, a mariposa cigana continua a causar seus danos. Um sobrevoo sobre várias partes desta região permitirá ver seus efeitos, em uma escala ampla e assustadora.

(Continua no próximo mês)

Foto muito rara de um Waco 10 aplicando com “bandeirinha” próximo a Vineland, Nova Jersey, em 1937. O avião era de propriedade da Faulkner Air Service, pilotado por Joe Toth.
À direita: O pioneiro piloto agrícola Jim Stewart, o qual voou para Wilson Faulkner, de Vineland, Nova Jersey, nos anos 1930, aqui fotografado trabalhando em uma hélice de Stearman C3B. À esquerda, abaixo: O piloto Jim Crawford decolando em um Waco, final dos anos 1930, para a Wilson-Faulkner Air Service; o técnico no assento dianteiro (na verdade, o hopper) era Red Isley. À esquerda acima: um raríssimo Curtis Robin de propriedade da Faulkner Air Service, de Vineland, Nova Jersey, adaptado para pulverização, em 1937.
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