O modismo pode ser um inimigo para a escolha de uma ferramenta de trabalho, de um equipamento agrícola.
Assim como no segmento de equipamentos terrestres, há uma tendência do uso de grandes autopropelidos, independente do perfil da área que será tratada, na aviação agrícola os aviões gigantes estão cada dia mais presentes.
Também vemos os Drones se transformarem em ferramentas aeroagrícolas comuns, que para nossa surpresa, estão sendo usados como se fossem substitutos das aeronaves agrícolas ou dos equipamentos terrestres.
Lembremos que os Drones recém chegaram, e deveriam operar de maneira pontual, no controle de reboleiras numa lavoura; beiradas de cerca ou de capões de mato; em baixadas úmidas; ou em pequenas áreas de cultivos.
O ponto em questão é: se estamos escolhendo os equipamentos corretos para o que precisamos? E se não deveríamos repensar o tamanho dessas máquinas, optando por aquelas que podem atender melhor às demandas do campo?
Tanto a indústria terrestre como a aérea mostram o desejo de produzir máquinas grandes. A depender dos fabricantes, os gigantes seriam o novo padrão.
Mas estamos no Brasil, e aqui as regiões possuem particularidades que talvez não sejam tão comuns nos EUA ou na Europa. Enquanto aqui – neste país continental, temos regiões com topografia completamente distintas, nos EUA e na Europa as coisas são diferentes.
E afinal, o que isso quer dizer? Quer dizer que aviões considerados “pequenos” ainda são máquinas interessantes para operar no sudoeste de São Paulo, no Paraná, em Santa. Catarina e no Rio Grande do Sul? Isso mesmo: os emblemáticos (e pequenos) aviões Pawnee, por exemplo, ainda têm muito espaço para operar nestas regiões.
Ao contrário das grandes aeronaves, esses aviões compactos podem aplicar em áreas com topografia mais acidentada, que tenham obstáculos (redes de luz, árvores, etc.). Aviões menores conseguem voar com segurança e assertividade agronômica nas lavouras onde os grandões terão dificuldade – pela grande envergadura e pela alta velocidade com que sobrevoam o local.
Neste sentido o retorno da produção dos aviões Pawnee, através de um fabricante argentino, traz luz para operadores e produtores rurais, que poderão escolher entre um grande avião: Thrush ou Air Tractor; um avião médio –
Ipanema 203; ou um avião compacto – Pawnee.
Optar por uma máquina com tamanho e operação adequada para a sua região é fundamental para que o serviço seja plenamente factível e economicamente Favorável.
Não é uma questão de modismo, ou de poder econômico, mas de ajuste Técnico.
Regiões como os campos de Itapetininga – Itaberá – Capão Bonito e Itapeva, em São Paulo; os campos do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, em grande parte, senão na sua maior parte, são ideais para aviões médios e compactos. Alguns locais até comportam os turbos – os grandões, mas com o devido cuidado para que a operação ocorra com a performance agronômica que se deseja.
Estar atento a isso como operador e/ou proprietário é fundamental para que a escolha do avião seja a mais assertiva.
O modismo pode chegar e se perpetuar, mas também pode simplesmente ir embora. Cuidado para não entrar nessa vibe apenas para acompanhar uma tendência – que pode ser momentânea e equivocada.
As melhores aplicações fitossanitárias são aquelas realizadas por um piloto preparado e responsável, comandando uma aeronave condizente com a área.