Economista e Administrador, Especialista em Gestão, Mestre em Inovação e Doutorando em Administração. Coordenador do 1º MBA voltado a Gestão, Inovação e Sustentabilidade Aeroagrícola. Diretor Operacional do SINDAG e Coordenador de ensino e pesquisa do Programa de Boas Práticas Aeroagrícola do Brasil pelo IBRAVAG e SEBRAE.
Os dados econômicos mais recentes divulgados pelo Banco Central do Brasil (Bacen), no dia 12 de maio de 2023, por meio do Boletim Focus, mostram que as estimativas para a Taxa de juros, a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) continuam com projeções de queda para os meses seguintes de 2023, cerca de 12,50% ao ano. Para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo – IPCA, suas perspectivas indicam que a inflação além de persistir, pode vir a voltar a apresentar percentuais mais elevados frente ao atual indicador que o índice vem registrando, 4,18% em 12 meses e com possível 6,03% para os próximos meses.
Conforme o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) a inflação, IPCA, vem declinando desde fevereiro de 2023, 0,84%, 0,71% em março e 0,61% em abril. Estes resultados vêm trazendo percentuais favoráveis para o momento até então, pois fortalece e comprova que as medidas monetárias implementadas pelo Bacen estão realmente gerando efeitos nos índices de preços. A meta estipulada pelo Bacen para a inflação é de 3,25%, podendo oscilar 1,5% abaixo disto ou acima, o quê poderá ir contra as previsões sobre o Boletim Focus para o segundo semestre de 2023.
Entretanto, a questão central da economia é que com a desaceleração da atividade econômica, por conta do juros altos para conter a inflação, o PIB pode reduzir trazendo a possibilidade de desabastecimento de bens e serviços e talvez uma alta nos preços, forçando a inflação a ter alta e obrigando o Bacen a manter a taxa de juros elevada. Isso seria ruim. É provável que o Bacen, em sua próxima reunião com o Copom (Comitê de Política Monetária) mantenha novamente a Selic (Sistema Especial de Liquidação e Custódia) em 13,75%, como garantia na continuidade para a redução do IPCA, trazendo o mais perto possível da meta estipulada, para que comece a dar iniciativa de cortes até o final de 2023. Essa decisão vai contra o governo.
As tomadas de decisões, tanto por parte do Bacen, quanto do governo, requerem estratégias de políticas monetárias e fiscais que “conversem entre si”, para que a economia volte a crescer o quanto antes, e isto tem maiores chances com os juros mais baixos, devido o acesso ao crédito de empresas e pessoas ser mais acessível por conta dos menores custos cobrados por empréstimos designados para tais agentes, entretanto é necessário medidas por parte do governo e do Bacen conjuntas, coisa que pelos últimos acontecimentos tem sido um desafio.
O PIB (Produto Interno Bruto) está previsto para 2023, no Boletim Focus do BACEN, em torno de 1,06% no total. Este índice mede tudo que é produzido no país, e o que pode levar seus percentuais para cima ou para baixo, dependerá muito das atividades produtivas, nível de desemprego, investimentos por parte do governo, privatizações de empresas, por conta destes agentes serem os geradores de renda, lucro e capital no fluxo real e monetário de uma nação.
Quanto às empresas do setor aeroagrícola, cabem observar as movimentações do PIB, pois ele é o termômetro do crescimento econômico e a taxa de juros, que se baixar, pode acelerar a economia, impulsionando o acesso ao crédito. Inflação, taxa de juros e PIB, três variações importantes, pois elas podem acelerar ou desacelerar a atividade econômica mediante as decisões do governo em não gastar mais do que arrecada e do Bacen em definir a taxa de juros.