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Banning Retardant Will Cost Lives

Proibir o Uso de Retardantes de Fogo Custará Vidas 

por Ryan Mason

Muitos de nosso leitores nos Estados Unidos já sabem, por notícias recentes da imprensa que as agências federais encarregadas de fornecer recursos de combate aéreo ao fogo estão tendo agora de lutar no sistema judiciário federal dos EUA para continuar usando uma das maiores armas disponíveis aos combatentes do fogo, os retardantes de fogo.

No momento que escrevo isso, o juiz distrital Dana Christensen, de Missoula, Montana, está ouvindo argumentos orais de advogados representando a organização Forest Service Employees for Environmental Ethics (FSEEE, Em português, Funcionários do Serviço Florestal pela Ética Ambiental), que entrou na justiça contra o U.S. Forest Service, o Serviço Florestal Americano. A FSEEE está solicitando à justiça que emita uma ordem judicial impedindo autoridades no combate ao fogo de lançar retardantes pelo ar até que eles obtenham uma autorização ambiental, uma autorização que o Serviço Florestal poderá levar anos para obter. A FSEEE há anos advoga que o uso contínuo de retardantes causa danos à vias aquáticas e rios, e por isso deveria ser proibido.

A ação na justiça deixa de mencionar as medidas voluntárias já adotadas pelo Serviço Florestal, pela CAL FIRE, BLM, DOI, e todos os outros operadores incumbidos do lançamento de retardantes. Os retardantes tem uma restrição para ser lançados dentro de 100 metros de uma fonte de água. Seu uso em áreas restritas só é aprovado quando há risco para vidas e propriedades, conforme uma norma de 2011 do governo americano.

Embora acidentes tenham ocorrido, relatórios de lançamento de retardante são obrigatórios para todos os usos, e eles mostram que os acidentes em  lançamentos de retardante consistem em menos de um por cento de todo o retardante lançado em décadas de combate aéreo ao fogo. Assim que o uso de retardante de fogo é reportado, biologistas florestais investigam e monitoram o local para verificar se houve algum dano e sua extensão, caso tenha ocorrido ou venha a ocorrer. Especula-se que a maioria dos lançamentos em áreas restritas causaram pouco impacto no local do lançamento; Porém, isso poderia ser substanciado pela análise dos relatórios de lançamentos de retardante do governo.

Assim, em um mundo onde manifestações supostamente por justiça social, contra a mudança climática e por preocupações ambientais ameaçam a continuidade do estilo de vida que conhecemos, a  FSEEE espera que o governo proíba o uso de uma das ferramentas mais efetivas que temos no arsenal do combate ao fogo. Isto para apaziguar um grupo de ativistas mascarados como servidores da mesma agência contra a qual a ação judicial foi movida, em função de combater a chance de um por cento que algum peixe morra ou alguma via aquática precise de ajuda temporária para retornar ao normal, após um lançamento de retardante que poderia salvar milhares de vidas. Tenha em mente que a destruição de uma bacia hidrográfica pelo fogo provavelmente aniquilará toda a vida daquele corpo d’água; porém não é com isso que o lobby ambiental está preocupado.

A ação judicial, mesmo que resulte  apenas em uma restrição temporária ou de curto prazo, tem potencial para consequências fatais. A expressão “não estou nem aí” é o mínimo que se aplica às ideias de quem acredita que é razoável proibir retardantes para potencialmente salvar peixes e rios que podem ter uma chance de um por cento de ser afetados por um lançamento errado. É como dizer que você tem uma chance de um por cento de se cortar na cozinha, e por isso você deveria jogar fora suas facas e investir em talheres de plástico.

Uma sentença favorável à FSEEE tem o potencial de reduzir pela metade a capacidade e a efetividade da atual frota de combate aéreo ao fogo, ao relegar todas as aeronaves a apenas lançar água pura ou com espuma. Embora momentaneamente efetiva como supressora do fogo, a água sozinha tem exatamente zero capacidade de prevenir ou direcionar o fogo para longe de áreas populadas e prevenir a perda de vidas. Ao contrário do retardante, água pura não ganhará o tempo que os brigadistas no solo precisam para atingir seus objetivos específicos no controle do fogo.

Há uma semana atrás, eu voei sobre Paradise, uma pequena cidade no norte da Califórnia, devastada pelo Incêndio Camp de 2018, o qual matou 85 pessoas e destruiu aproximadamente 20 mil edificações. Quase cinco anos depois, metade da cidade ainda está abandonada. Ainda se veem alicerces vazios onde haviam casas. A proibição solicitada na justiça seria um desrespeito às vidas das vítimas de fogos como o do Incêndio Camp, colocando flora e fauna acima da vida humana. Em uma declaração à CBS News, o prefeito de Paradise, Greg Bolin, disse que esta ação judicial é uma desconsideração para com cidadãos e proprietários de imóveis que sofreram os efeitos de um fogo florestal. “Eles estão dizendo que as vidas das pessoas não são tão importantes, eles querem salvar alguns peixes sacrificando as casas, bens e vidas de pessoas… é uma forma insensível de se ver esta coisa. É de doer.”, disse Bolin.

A resposta de Bolin se junta à um coro de profissionais da atividade falando contra esta ação judicial e as consequências potencialmente catastróficas caso ela seja acolhida na justiça, incluindo Matt Diaz, da California Forestry Association, que declarou: “O uso de retardante de fogo pode ser a diferença entre a vida e a morte, ou se comunidades e propriedades privadas serão salvas ou envolvidas em chamas. Retardantes de fogo lançados no ar são uma das mais críticas ferramentas no combate a incêndios florestais. A perda desta importante ferramenta colocaria em risco o sistema cuidadosamente coordenado de resposta a incêndios entre governos federal, estaduais e locais em todo o país, pondo vidas de brigadistas no solo e de civis em risco, além de suas propriedades. Pedimos ao juiz que considere seriamente as perigosas consequências que enfrentaríamos sem o lançamento aéreo de retardantes de fogo.”

Não posso sequer culpá-los por mais uma política absurda e mal planejada, como o plano do Governo Federal de proibir a venda de veículos a combustão interna até 2035. Qualquer um que faça as contas irá ver que veículos elétricos precisam de mais infraestrutura. Mesmo com seus melhores esforços, o governo federal não consegue atender a demanda de energia elétrica em locais como a Califórnia, que sofre apagões ocasionais mesmo hoje, antes da demanda adicional de uma grande frota de veículos elétricos existir.

O mesmo vale para o combate aéreo ao fogo, só que ao contrário. Você não pode tirar 50% da capacidade de combate ao fogo de toda agência e aeronave na frota nacional e esperar a mesma efetividade e resultados. Esperar que se tenha uma perda mínima de vidas e um desempenho idêntico depois de se amarrar uma mão atrás das costas, no momento em que os fogos florestais continuam a crescer, é o equivalente a um adulto ainda acreditar na Fada dos Dentes.

 

Voe seguro,

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