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Aplicação Aérea De Defensivos: Uma Ferramenta Extraordinária

Por Jeferson Rezende

O campo se transformou nos últimos anos num laboratório vivo de técnicas e tecnologias aplicadas ao agronegócio. Produtos e equipamentos surgiram para combater as novas pragas, plantas invasoras e patógenos.

Entre o plantio e a colheita, a missão mais presente é o trato cultural: as aplicações dos defensivos, que pode variar entre 6… 7… e até mais vezes ao longo do ciclo, dependendo da condição climática e das pressões externas sobre a cultura.

O uso de diferentes técnicas de aplicação terrestre e aérea é uma estratégia positiva e altamente responsiva para o dono de uma lavoura. A combinação destas ferramentas agrega valor agronômico e econômico, reduz perdas e melhora a performance econômica da produção.

No entanto, há que ponderar friamente o que se faz no campo, tanto dentro da porteira quando as máquinas são próprias, como fora dela, quando contratadas. E por que ponderar?

Mais do que se imagina, os serviços de aplicação são passíveis de erros, estudos mostram que a pulverização de defensivos é reconhecida como a ação de maior desperdício praticada pelo homem no mundo. Dados da FAO.

Somos o BRASIL, o celeiro do mundo! A Nação que produz alimentos para o planeta. E, por aqui, não se foge a estatística. Nossas aplicações fitossanitárias, no geral, podem e devem ser melhoradas.

No entanto, as aplicações aéreas (por avião em especial), têm se mostrado fora desta curva. São consideradas seguras e eficazes. E isso tem uma explicação clara: os serviços aéreos são realizados por pessoal qualificado, treinado, por especialistas.

Um piloto agrícola só o é depois de ter atingido um número de horas de voo e realizar um Curso específico, denominado CAVAG (CURSO DE AVIAÇAO AGRÍCOLA). Seu assistente imediato, o técnico agrícola, igualmente realiza um Curso específico depois de formado; e finalmente, existe o Coordenador das Operações, um engenheiro agrônomo que também realiza um Curso para atuar como tal. Além disso, os serviços aéreos são fiscalizados pela ANAC (Agência Nacional de Aviação), pelo MAPA (Ministério da Agricultura), e pelos Institutos Ambientais Estaduais. Isso tudo acaba criando um sistema inteligente e responsável.

Ora, então os serviços terrestres são ineficientes… não devem ser usados? Absolutamente. Não se trata disso. Muitas das operações terrestres são excelentes, bem feitas, e atendem o que é preconizado. Mas, como são na sua maioria serviços próprios, da fazenda, cabe a cada empresário rural cuidar da qualidade das suas operações para mitigar erros e problemas. E por esta característica as informações acabam se limitando a propriedade. Por outro lado, quando este produtor adota os serviços aéreos como uma ferramenta adicional ao tratorizado, traz para dentro da sua propriedade não apenas uma técnica produtiva, mas também o seu conceito, a sua qualidade. É o ganha-ganha. É a famosa bola de neve positiva.

Não são apenas “flores” no mundo da aplicação aérea. Existem problemas técnicos pontuais que precisam ser erradicados, como, por exemplo: tamanho das faixas de aplicação dos: aviões – helicópteros e dos drones em especial. No afã de executar a área rapidamente ou, a fim de reduzir o valor do hectare, o operador acaba “esticando a faixa” prejudicando uma boa cobertura. Isso também vale para o volume de vazão por hectare. O ideal é conversar sempre, contratante e prestador de serviços, para discutir esses pontos. Faixas dentro dos limites das aeronaves, vazões seguras (como sugestão: regiões com topografia menos privilegiada, ou tratamento sob condições climáticas nos limites, devem operar com pelo menos 15 litros por hectare).

Já olhando pelo lado do Operador (piloto), é importante que além de estar sempre preparado tecnicamente (100%), atualizado com novas técnicas, tecnologias e produtos fitossanitários, tenha sempre como missão: executar os melhores serviços. Não é simples, tão pouco fácil. Ser piloto agrícola é um desafio constante. Requer muita habilidade técnica e percepção do todo (da área em que está operando), a fim de que aplique uma estratégia adequada para cada área especificamente.

Os serviços aeroagrícolas tendem a crescer cada vez mais no Brasil, por conta da necessidade de produzirmos mais na mesma área = melhorarmos nossas produtividades; e por questões técnico agronômicas = aeronaves tratam mais rápido, não tocam o solo e por isso não danificam as plantas nem transferem vetores, podem operar após chuvas, e são ágeis para atender áreas mais distantes.

Manter o padrão de qualidade e de eficácia desta ferramenta agrícola é imperioso para todos.

Em algumas regiões, há uma “filosofia” no campo, que comumente culpa a aviação agrícola por um eventual erro do piloto. Porém, dificilmente culpa a operação terrestre, quando ocorre um problema, uma falha. Neste caso, determina-se que o operado retorne na área e refaça o trabalho. Isso acaba criando uma “fama” enganosa, de que a aviação agrícola não funciona. Trata-se de uma percepção equivocada, que pode manchar irreversivelmente a imagem da tecnologia. As tecnologias são eficientes. Eventualmente, o ser humano responsável pela execução da tarefa pode errar. É disso que se trata, de pessoas! E neste caso em particular, a aviação erra menos.

As tecnologias quando bem conduzidas são eficazes e atendem as recomendações agronômicas. Ou seja, problemas pontuais, erros, devem ser avaliados com critério, com responsabilidade, a fim de se buscar erradica-los e tornar as operações as mais assertivas possíveis.

Todos devemos participar deste processo de melhoria. Todos somos responsáveis por melhorar os tratos culturais e consequentemente os resultados do agronegócio brasileiro.

A APLICAÇÃO AÉREA É UMA FERRAMENTA EXTRAORDINÁRIA!

Jeferson Luís Rezende,

É ADM/RTV da Inquima.

Piloto Agrícola de Aviões e Instrutor de Voo.

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