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Uma Grande Vitória e um Problema a Resolver

O Rio Grande do Sul tem uma longa história de pioneirismo na agricultura brasileira. A primeira aplicação aérea no Brasil foi feita em Pelotas, em 1947, e a primeira empresa aeroagrícola comercial do Brasil (a SANDA  – Serviço Aéreo Nacional de Defesa Agrícola) foi lá estabelecida em 1948, com dois Piper J-3. Foi o primeiro estado do Brasil a cultivar soja e ainda hoje, produz 70% do arroz no país.

Agora o estado do Rio Grande do Sul acrescenta mais um pioneirismo a esta lista, ao se tornar o primeiro estado a aprovar uma lei declarando a aviação agrícola como de “Relevante Interesse Social, Público e Econômico no Rio Grande do Sul”. O Projeto de Lei 442/23 apresentado à Assembleia Legislativa do Rio Grande do Sul pelo Deputado Estadual Marcus foi votado em 3 de dezembro e aprovado por maioria de 31 a 12. Agora, falta apenas a sanção do governador do estado.

Esta lei é resultado de um intenso trabalho do Sindag, apresentando a aviação agrícola e sua importância no apoio à produção e segurança de alimentos aos representantes do estado do Rio Grande do Sul. Outros estados – Santa Catarina e Bahia – já estão seguindo o exemplo e preparando projetos de leis semelhantes. Como diz o hino do estado do Rio Grande do Sul, “Sirvam nossas façanhas de modelo a toda Terra”!

O estado do Ceará, que tristemente desde 2019 proíbe a aplicação aérea, voltou parcialmente atrás e agora alterou a lei para permitir a aplicação aérea por drones, mantendo a proibição de fazê-la por aeronaves tripuladas. Espero que a partir daí surja o entendimento de que, seja feita por drones ou por aeronaves tripuladas, tratam-se de aplicações aéreas, e as liberem para ser feitas por aviões também.

Infelizmente, estas conquistas chegam em um momento em que temos um sério problema a resolver: o recente aumento na ocorrência de acidentes fatais.

Salvo engano, nossa aviação teve 43 acidentes com quatro mortes em 2023 e pelo menos 48 acidentes com oito mortes em 2024. Enquanto que o aumento de 10% do número de acidentes (de 43 para 48) já seja preocupante por si, o fato de o número de acidentes fatais ter duplicado – de quatro para oito – é algo que não pode continuar. Julgo que um estudo aprofundado precisaria ser feito, para apontar as causas exatas deste aumento de fatalidades e sugerir medidas preventivas. Creio que a falta de experiência dos pilotos envolvidos possa ser um fator. Em um dos casos, o acidente ocorreu no primeiro dia de trabalho do piloto!

O rápido crescimento de nossa aviação agrícola está necessariamente causando um grande aporte de novos pilotos à atividade. Todo piloto agrícola veterano começou um dia sem nenhuma experiência – com exceção do que lhe foi ensinado no aeroclube e no CAVAG. Por isso, penso que uma formação inicial de boa qualidade seja fundamental para compensar parcialmente a inevitável falta de experiência dos pilotos iniciantes, juntamente com uma mentoria por pilotos veteranos no início de suas carreiras. Se você acha que essas medidas são caras, pense em quanto pode lhe custar um acidente. 

Nós, de AgAir Update, desejamos a todos um 2025 produtivo, rentável e acima de tudo SEGURO!

Erramos: em nossa edição de dezembro de 2024, na seção Atualizações do Sindag, páginas 18, 19 e 20, as legendas das fotos saíram trocadas. Em nosso processo editorial, tomamos várias medidas para evitar erros como esse, que infelizmente desta vez falharam. A edição impressa já havia rodado quando constatamos a falha, que foi corrigida na edição digital. Pedimos desculpas aos leitores e em especial ao Sindag, que enviou o material corretamente.

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