Entre minicursos, homenagens, formatura de uma turma de MBA, lançamento de livros e encontro com jornalistas, um destaque da programação este ano ficou por conta das expectativas de mercado do setor aeroagrícola brasileiro. Isso segundo um estudo apresentado pelo diretor operacional do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), Cláudio Júnior Oliveira.
Segundo ele, nos próximos três anos, a frota aeroagrícola brasileira deve passar dos 3 mil aviões e helicópteros operando em lavouras. O índice representa uma perspectiva de crescimento de quase 10% no período, o que é considerada boa pelo setor.
O estudo de Oliveira, que é economista, levou em conta a demanda por aeronaves para manter o crescimento de produtividade nas principais culturas do agro – soja, milho, cana-de-açúcar, algodão, florestas e outras. O estudo também levantou os cenários e perspectivas em cada uma das cinco regiões do País. Levando em conta desde a busca de tecnologia pelos produtores até a capacidade de produção das fábricas de aviões agrícolas – no caso, a brasileira Embraer e as norte-americanas Air Tractor e Thrush (que estavam presentes no Congresso AvAg).
Outro dado apresentado na palestra foi o de projeção de trabalhos em lavouras pelo setor. Isso considerando que cada aeronave agrícola completa anualmente 50 mil hectares de aplicações. Nesse contexto, se passaria de 135,9 milhões para 150,5 milhões de hectares em trabalhos aeroagrícolas. Isso considerando todas as etapas no trato de lavouras – semeadura, adubação, aplicação de defensivos químicos ou biológicos, maturadores e outros.
DESAFIOS
Oliveira também apontou desafios do setor, como a formação de pilotos agrícolas – segundo a Anac, o País tem hoje 2.193 profissionais com licença de piloto agrícola de avião e 21 para helicóptero. Isso além do limite de produção das fábricas de aviões.
Outro desafio mencionado pelo dirigente aeroagrícola são os mitos em torno da atividade. Muitos deles claramente sem lógica, mas que proliferam especialmente em debates ideológicos. Caso da perda de produtos – o que, se fosse verdade, inviabilizaria o próprio mercado da tecnologia.
O diretor do Sindag lembrou também que, além do Mato Grosso ter a maior frota do setor (com mais de 600 aeronaves), outros sete Estados somam 87% da frota de aeronaves do setor: Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Goiás, Mato Grosso do Sul e Bahia. Não por acaso, Estados responsáveis por 82% da produção de grãos e frutas do País.