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Low & Slow – Espalhando-se pela Costa Leste (Parte 1)

Há quem acredite que a densamente populada costa leste dos Estados Unidos é quase toda urbana e sem nenhuma atividade agrícola significativa. Eles estão errados.

Eles se esquecem das planícies verdejantes ao longo da divisa sudeste de New Jersey, particularmente nas áreas em torno de Vineland, Bridgeton, Millville, e Malaga. Quase à vista de enormes horizontes metropolitanos, uma grande variedade de culturas, especialmente legumes e frutas, florescem em uma atmosfera rural.

Literalmente quilômetros após quilômetros de hortaliças como repolhos e tomates competem com enormes plantações de flores. Por exemplo, gladíolos, os quais são produzidos aos milhões nessa região e são fornecidos a floriculturas e berçários de todo o país

Em pouco tempo de voo a partir de Vineland, que fica próximo ao centro desta área altamente produtiva, ficam mais terras onduladas cobertas com pomares, especialmente de maçãs e pêssegos. Também próximo, em terras situadas junto a pequenas comunidades como Pine Barren, Chatsworth, e Hog Wallow, ficam enormes quadros encharcados e cultivados com cranberry, os quais produzem a maior parte desta popular fruta no país. Também se encontram aqui grandes quadros de mirtilos, exportados para todo o mundo.

Extensas matas intercaladas com lagos naturais e brejos, com abundante vida silvestre e peixes tornam esta região duplamente atrativa. A caça, a pesca e a agricultura são um modo de vida para muitos dos residentes da região. Não admira que pilotos agrícolas pioneiros tenham invadido esta área alguns anos antes de se estabelecerem na costa nordeste do Atlântico

Conforme a lenda, foi Jimmy Holsenbeck, um piloto dos anos 1920 e um veterano do famoso Finklea Brothers Air Service, de Leland, Mississippi, que primeiro introduziu a aviação agrícola nesta região. J.O. Dockery, de Stuttgart, Arkansas, diz que  Holsenbeck começou a fazer migrações anuais às plantações de cranberry de New Jersey já em 1931.

Ele operava o seu próprio Stearman C3B em torno de Chatsworth e Hog Wallow. Os registros de seu trabalho são muito rudimentares e desaparecem completamente a partir de 1934. Em torno desta época, as primeiras empresas aeroagrícolas realmente comerciais começaram na região, quando Archie Wilson e Jack Faulkner montaram operações permanentes após migrarem da Flórida

Estes homens eram verdadeiros promotores, especialmente Wilson. Eles tiveram sucesso em convencer os produtores da região a usar o avião, especialmente a enorme Seabrook Farms, um fazenda produtora de hortifrutigranjeiros que dominava aquele mercado na época. Muitas das primeiras aplicações destes pioneiros foram feitas nessas fazendas, conforme Mike Brago, um veterano piloto e mecânico que começou a trabalhar para a Faulkner Air Service em 1936.

Wilson e Faulkner operavam independentemente um do outro. Mas, em muitos aspectos, eles eram virtualmente sócios. Aviões, pilotos e equipamentos eram continuamente compartilhados, conforme Brago.

Entre os aviões usados estavam um Pitcairn PAS Mailwing convertido e um Curtis Robin de passageiros. Estes dois aviões tinham sido convertidos tanto para aplicações de pós como de líquidos e eram voados extensivamente junto com outros aviões mais comumente convertidos para operação agrícola.

Todos estes aviões eram equipados com hoppers artesanais e tinham barras de material de alta qualidade e cuidadosa manufatura. Bombas eólicas também eram usadas, um diferencial em relação às escovas rotativas de arame que eram usadas na época para produzir um spray.

“Lembro que eles também tinham pelo menos um Waco 10 com um motor J-5 e um antigo Stinson com um J-5“, relembra Brago. “Porém, na época em que eu fui trabalhar para a Faulkner Air Service, em 1936, a maior parte do trabalho ainda era feito com o Pitcairn, o Robin e alguns Wacos de diversos modelos. Jack Faulkner, o dono original, tinha morrido em um acidente de carro na Flórida antes de eu começar a trabalhar para eles, e sua viúva tinha assumido a empresa depois que isso aconteceu”.

Alguns dos pilotos pioneiros que voaram para estas empresas, além de Mike Brago foram Joe Toth, Jimmy Crawford, “Dag” North, Jimmy Stewart, Joe Marks, Cliff Daniels, e Joe Kiernan. North, Crawford, e Brago também atuavam como mecânicos. Brago lembra que muito da manutenção era feita no campo, sob condições difíceis, porém raramente um avião ficava retido no solo.

A Faulkner Air Service deixou de existir por volta de 1938. Mas Archie Wilson continuou a operar e foi aparentemente meio que “adotado” pela Seabrook Farms. Brago também se juntou à firma de Wilson como sócio, e logo uma razoável frota de Stearmans foi adquirida.

(Continua no próximo mês)

Topo: Dick Nixholm, da Downstown Aero Crop Service, de Vineland, New Jersey, pulverizando com um Stearman em 1966. No meio: Uma linha de Stearmans estacionados na Downstown Aero Service, Vineland, New Jersey, por volta de 1959. Abaixo: O Famoso Stearman C38 de propriedade da Wilson-Faulkner Air Service, Vineland, New Jersey, 1935.
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