InícioBrasilAdagri confirma que Setor Aeroagrícola nunca sofreu denúncia no Ceará

Adagri confirma que Setor Aeroagrícola nunca sofreu denúncia no Ceará

Resposta do órgão de fiscalização local a pedido de informações do Sindag comprova tese de que proibição das ferramentas aéreas no Estado foi por motivação mais política do que técnica

PROTEÇÃO: levantamento feito pelo Sindag junto aos órgãos reguladores estaduais embasará tanto a defesa do setor quanto ações de melhoria interna. Crédito: Castor Becker Júnior/C5 NewsPress

Segundo informação da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri), “nunca houve denúncias relacionadas à prática de pulverização aérea no Estado.” A mensagem veio em resposta a uma solicitação feita no início do ano pelo Sindag, indagando sobre eventuais problemas com operações aeroagrícolas desde o início dos trabalhos do órgão (criado em 2004). E mais: segundo a Agência encarregada de fiscalizar o setor agrícola no Estado, “é importante ressaltar que, antes da promulgação da legislação (que desde 2019 proíbe a aviação agrícola no Ceará), a empresa (aeroagrícola, então única no Estado) seguia os procedimentos necessários, solicitando autorização ao Mapa (Ministério da Agricultura, que fiscaliza diretamente o setor) e sendo fiscalizada (também) pela Adagri”.

Na prática, a resposta da Adagri confirma o argumento do setor produtivo cearense de que a Lei Estadual 16.820/19 (Lei Zé Maria do Tomé, aprovada no apagar das luzes de 2018) foi sancionada em 2019, na verdade para combater a aviação agrícola como símbolo do agronegócio. E não propriamente por algum dano indissociável da ferramenta aérea.

Isso em um cenário de tensões exacerbadas a partir do assassinato (em 2010, em meio a um cenário de disputas fundiárias) do líder comunitário José Maria da Silva ( Zé Maria do Tomé). Que, por sua vez era ligado a pequenos agricultores do município cearense de Limoeiro do Norte. E cuja família há 14 anos vive a angústia da espera por Justiça (que lhe é legitimamente devida).

MELHORIA CONTÍNUA

O pedido de informações feito pelo Sindag à Adagri integra uma lista de solicitações semelhantes que a entidade está fazendo a todos os órgãos estaduais do País. O que abrange também órgãos federais e outras entidades que fiscalizam a atividade aeroagrícola e seus profissionais.

A ação faz parte de um trabalho de melhoria contínua do setor, com foco, por exemplo, em ver onde a entidade precisa eventualmente reforçar treinamentos em boas práticas aeroagrícolas. Ou ainda onde pode contribuir com o aprimoramento dos agentes fiscais. Além de esclarecer à sociedade casos de falsas denúncias ou de contaminações erroneamente atribuídas às ferramentas aéreas.

Ainda sobre o equívoco da proibição no Ceará, isso foi comprovado também pelo boletim da Secretaria de Saúde do Estado – que apontou aumento de casos de contaminações por agrotóxicos APÓS a saída de cena da aviação agrícola.

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