Questões no Enem, promovido pelo Ministério da Educação, previam apenas opções de respostas contra o setor aeroagrícola e o agro, gerando protestos também de outras entidades agrícolas
O Sindag foi uma das primeiras instituições do agro brasileiro a manifestar seu repúdio à narrativa preconceituosa apresentada pelo Ministério da Educação em questões em provas da primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), ocorrida no dia 5 de novembro. Além disso, o sindicato aeroagrícola foi uma das 32 entidades que assinaram a manifestação do Instituto Pensar Agro (IPA) também protestando contra a ideologia de preconceito introduzida pelo governo federal no processo de seleção para ingresso dos estudantes no Ensino Superior. Lembrando que o IPA dá suporte técnico à Frente Parlamentar da Agropecuária no Congresso Nacional)
A polêmica de repercussão nacional foi deflagrada por questões mencionando a falsa informação de que o agronegócio (e a aviação agrícola) promoveriam desigualdade social, “chuvas de venenos” e, por isso, seriam nocivos ao meio ambiente, às pessoas e ao próprio País. Um absurdo considerado como tendo o único efeito prático de promover o preconceito contra um setor que é responsável por cerca de 30% da riqueza nacional (e que, portanto, ajuda a financiar os próprios programas sociais do governo).
IDEOLOGIZAÇÃO
Episódio que teve como agravante ainda o fato de tais absurdos foram colocados em questões de múltipla escolha sem alternativas de respostas válidas pelas quais o estudante pudesse discordar das afirmações. Todas reforçando mitos sobre a atividade aeroagrícola e o modelo de produção empresarial (justamente o que emprega mais tecnologia de ponta). Isso a partir de um artigo baseado em pensadores socialistas e comunistas do século 19 e início do século 20. O que foi considerado pelo Sindag um “grave desserviço à Nação”, pelo fato de se estar usando o Enem para “filtrar” ideologicamente os candidatos às universidades.
Sobre isso, aliás, o Sindag lembrou que a produtividade no campo passa por princípios como a biodiversidade (que ajuda na própria produção agrícola), conservação de reservas naturais que regulam o clima e contribuem com as lavouras, bem como tecnologias (como a aviação agrícola) que contribuem com a redução da necessidade de insumos nas lavouras.
A nota do Sindag contra o preconceito nas questões do Enem destacou ainda o alto risco para a sociedade de se tratar de maneira tão leviana um tema tão importante para o País. O que foi reforçado também na nota do Ipa, que lembrou o fato dos produtores rurais do País serem responsáveis por 33,2% do território brasileiro. Ou seja, metade de toda a área preservada no País.
Confira a íntegra das Notas de Repúdio do Sindag e do IPA pelos QR codes nesta página.