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A Palavra Que Nunca Deveria Ser Usada

Nesta edição, você lerá uma palavra que tínhamos decidido jamais seria usada em AgAir Update. Algum tempo atrás, meu amigo Ernesto Franzen me falou da palavra “agrotóxico”. Ele teve de explicá-la para mim, dado que não há equivalente em inglês – geralmente dizemos “chemicals” (“químicos”) para nos referirmos a um defensivo agrícola. Ernesto me explicou como a palavra “agrotóxico” foi criada por ambientalistas desinformados que visavam vilanizar os defensivos químicos que nos permitem produzir grãos e fibras para um mundo faminto. Graças aos modernos defensivos e fertilizantes, e ao melhoramento de cultivares, os lavoureiros de hoje tem uma produtividade três vezes maior do que tinham em 1970. Sem esta tecnologia, não conseguiríamos alimentar os 8 bilhões de habitantes atualmente vivendo no planeta.

 

A aviação agrícola, fazendo aplicação segura e em tempo hábil destes defensivos, também é um importante contribuinte para este ganho de produtividade; não é por menos que os seis maiores exportadores de soja no mundo –  Brasil, os EUA, Argentina, Paraguai, Canadá e Uruguai – se valem da aviação agrícola. No caso de algumas emergências, como uma praga de gafanhotos similar a que deu início à aviação agrícola no Brasil em 1947, muitas vezes a aplicação aérea é a única maneira efetiva de salvar lavouras e evitar um desastre econômico e humanitário

 

Apesar disso tudo, meus amigos brasileiros me contam que alguns ativistas estão tentando impor proibições estaduais, talvez mesmo uma proibição nacional da aplicação aérea no Brasil. Um estado brasileiro já tem uma proibição destas em vigor, o Ceará. Você pode ler mais sobre isso na matéria “Sindag foi a sessão no Senado que visava criar embaraço ao setor” nesta edição, nas páginas 30 a 32. Ela narra como o Diretor Executivo do SINDAG Gabriel Colle foi a uma sessão da Comissão De Direitos Humanos do Senado sozinho e sem convite (tratava-se de audiência pública) para ser a única voz a defender a aviação agrícola brasileira contra representantes de várias associações, incluindo uma chamada “Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos” e outra chamada “Campanha Permanente contra os Agrotóxicos”. Como “a palavra” é parte de seus nomes, não tivemos outra opção senão imprimi-la. Ela também aparece na foto tirada da tela de um telejornal, a qual ilustra o artigo

 

Gabriel Colle entrou na “jaula do leão” sozinho e sem convite porque apenas organizações hostis ao agronegócio foram convidadas. Só isto já mostra a intenção por trás desta iniciativa da Comissão De Direitos Humanos do Senado, a qual considera defensivos agrícolas como algo que viola direitos humanos. Estranho, sempre achei que ter acesso à alimentação era um direito humano.

 

Apesar das commodities agrícolas representarem a maior parte das exportações brasileiras, sendo uma grande mola propulsora da economia do país, meus amigos brasileiros me dizem que seu governo se virou contra o agronegócio por motivos políticos e ideológicos. É uma posição extremamente míope, um autêntico tiro no próprio pé.

 

Em um ambiente tão conflagrado, nossos aviões de cores vivas são alvos extremamente visíveis. Assim, mais do que nunca, agora é hora de se agir com seriedade, profissionalismo e responsabilidade. Qualquer incidente de deriva, qualquer vazamento ou derramamento de defensivo pode dar a esta gente um argumento para nos atacar. Somos um alvo fácil, porque somos muito poucos.

 

Com o risco de parecer repetitivo, agora mais do que nunca é hora de nos unirmos e apoiarmos o SINDAG. Ele está lutando por todos nós, e quantos mais membros ele tiver, maior será a sua representatividade. Há segurança nos números. Filie-se (se ainda não for membro) e compareça ao Congresso AvAg 2023 em Sertãozinho, SP, no próximo mês de julho, de 18 a 20. Esta questão certamente será um dos assuntos mais debatidos lá. Envolva-se.

 

Outra maneira de ajudar é espalhar os fatos: vá à sua comunidade, convide organizações, a mídia local, escolas, etc. para visitar sua empresa, e mostre a eles o quão importante nós somos para a produção e a segurança de alimentos e fibras. E enquanto você estiver fazendo isso, por favor, nunca, nunca use a palavra “agrotóxico”.

 

Até o mês que vem, keep turning….

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