Representantes das entidades dos dois países conversaram sobre estratégias institucionais, ações de melhoria contínua e comunicação com a sociedade
O Sindag e a Associação Nacional de Aviação Agrícola dos Estados Unidos (NAAA, na sigla em inglês) devem compartilhar, nos próximos meses, informações sobre a legislação aeroagrícola e ações de comunicação com o público em ambos os países. A troca de figurinhas entre as instituições dos dois maiores mercados aeroagrícolas do planeta também pretende avançar, nos próximos meses, sobre o trabalho de relações institucionais e as ações de melhoria contínua do setor, entre outros temas.
Esse foi o tom da conversa entre representantes das instituições coirmãs em 7 de dezembro, no penúltimo dia da NAAA Ag Aviation Expo, em Knoxville, no Estado norte-americano do Tennessee.
A entidade aeroagrícola brasileira esteve representada no evento pelo presidente Thiago Magalhães Silva e pelos diretores executivo, Gabriel Colle, e operacional, Cláudio Júnior Oliveira. Os três também representam o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag) e integraram uma delegação de 16 pessoas (entre empresários aeroagrícolas e fornecedores brasileiros de tecnologias e equipamentos) que participaram da feira, no Knoxville Convention Center.
Costura
O estreitamento da parceria entre o Sindag e a NAAA foi alinhavado com o diretor-executivo da NAAA, Andrew Moore. “Concordamos em definir uma agenda comum para trabalharmos as ações das entidades”, resumiu Colle. Segundo ele, a expectativa é que a conversa com os norte-americanos, que agora continua virtualmente, possa ter outro encontro presencial daqui a pouco mais de sete meses, no Congresso da Aviação Agrícola do Brasil (Congresso AvAg), em Sertãozinho, São Paulo.
“Os desafios para a aviação agrícola nos Estados Unidos são similares aos do Brasil. Especialmente o de conseguir comunicar à sociedade a importância e segurança de uma ferramenta tão importante para agricultura”, assinala Colle. Além disso, as duas entidades têm bastante a contribuir uma com a outra pela experiência dos programas de melhoria contínua nos dois países – como o C-PAASS norte-americano (sigla em inglês para Certificação de Aeroaplicador Agente de Segurança Operacional, em tradução livre) e a expertise que, por aqui, culminou com o programa Boas Práticas Aeroagrícolas (BPA Brasil).
O Sindag se faz presente desde 2016 no evento da NAAA, por um acordo de reciprocidade com o Congresso AvAg – cuja próxima edição será de 18 a 20 de julho, no interior paulista. Desde 2018, a delegação brasileira representa também o Instituto Brasileiro da Aviação Agrícola (Ibravag), fundado naquele ano. Para os dirigentes do País no encontro em Knoxville, esta edição foi a de melhor entrosamento entre os dois países – na carona também das parcerias comerciais e do ganho de mercado das tecnologias brasileiras.
Perspectivas Para O Brasil
“Com certeza teremos mais expositores norte-americanos no Congresso AvAg no ano que vem, em virtude do espaço para divulgação que tivemos aqui”, aposta Thiago Magalhães. O presidente do Sindag ressalta a estimativa de entrada este ano de cerca de 70 novas aeronaves agrícolas turboélices no Brasil – produzidas pelas empresas Air Tactor (a maior fabricante mundial, situada em Olney, Texas) e Thrush Aircraft (de Albany, na Georgia). Some-se a isso os 63 aviões agrícolas Ipanema 203 (de motor a pistão) vendidos pela Embraer, conforme anunciou em dezembro a fabricante brasileira.
Números que, se confirmados, devem representar um crescimento de mais de 5% na frota de aviação brasileira, que havia iniciado 2022 com 2.432 aeronaves nas lavouras – segundo levantamento da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). O que também significa maior demanda por tecnologias embarcadas, serviços e outros produtos. Além, é claro, da qualificação de pessoal e sistemas de gestão.
“Estamos felizes pelas relações construídas também em busca de pesquisa e qualificação dos operadores brasileiros”, destacou o diretor Júnior Oliveira. “Inclusive o estande do Sindag ficou ao lado do espaço do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, equivalente ao Ministério da Agricultura no Brasil)”, destaca, sobre contatos em busca de técnicos dos EUA para futuros eventos de troca de experiências no Brasil.